A cultura vacinal da população precisa mudar, entre outros motivos, por fatos inquestionáveis, como o ocorrido a partir da erradicação da varíola no mundo, através do gesto vacinal específico, de forma eficiente e segura, o qual deveria determinar de forma simplesmente óbvia a aderência ao procedimento de vacinar, por parte da população, para todos os indivíduos expostos ao risco de contrair doenças infecto contagiosas para as quais haja proposta de prevenção com a utilização de vacinas.
Essa cultura necessária e desejável, associada ao processo de introdução de vacinas, ao processo de campanhas de vacinação e de vacinação personalizada e precisa, empreendida pela iniciativa pública e ou privada, não se estabelece na vida real, observando-se uma aderência variável, ao sabor do temor do sofrimento e ou sob a bandeira do medo da morte.
Curiosamente essa mesma "cultura" existente se expressa por demanda por inovação e criação de novos produtos, porém, sem a contrapartida de uma taxa de adesão significativa, dessa mesma população, aos produtos e programas de imunização.
Trazer a informação científica, de forma sistematizada, através de um projeto social educativo, parece ser a forma mais provável de sucesso na mobilização pública em torno da imunização, desejável para todas as idades contempláveis, evitando assim que as epidemias e o medo que elas geram, possam explicar momentos notáveis de adesão a campanhas de imunização, desmoronando em seguida com a cessação do risco iminente.
Imunização, aceitação irrestrita das vacinas e da vacinação como um bem, são condições necessárias para a mudança cultural que elimine a vacinofobia e aumente a taxa de adesão ao gesto vacinal protetor.
Somente com a mudança cultural evitar-se-á o crescimento de movimentos posicionados como antivacinistas, movimentos esses não substanciados por força de evidência, fragilizados por argumentos radicais de natureza religiosa, política e ou decorrentes da ignorância dos que denigrem a imunização.
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