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  • Foto do escritorLuís Fragetti

Vacinação contra Febre Amarela: benefício ou risco?


A vacina da febre amarela de vírus vivo atenuado se bem indicada (de 9 meses até 60 anos de idade que não tenham nenhuma contraindicação) fornece imunidade muito eficaz e duradoura.  Os eventos adversos neurotrópicos (sistema nervoso) e viscerotrópicos (órgãos) graves associados a estas vacinas ocorrem com pouca frequência, mas a doença viscerotrópica (disseminação do vírus da febre amarela vacinal para diversos órgãos, com choque e falência múltipla de órgãos) associada à vacina é digna de nota pela sua letalidade, particularmente em idosos.


Saúde de qualidade é consenso na sociedade, fato explorado demagogicamente pelos políticos e justificadamente defendido, desejado e apoiado por todos os eleitores.


Na verdade, perante momentos distintos a visão da saúde como um sistema preventivo e ou curativo, na ótica dos usuários do sistema de saúde, varia muito, oscilando do descrédito e indiferença pelos recursos existentes até uma busca frenética, eventualmente obsessiva e imediatista por recursos que pela relação entre oferta e demanda habituais, se mostram em determinadas conjunturas insuficientes para atender em aspectos relacionados com o produto ou procedimento necessitado, mão de obra e eventualmente o financiamento. 


Um desses momentos desconcertantes ocorre presentemente na assistência à saúde relativamente à Febre Amarela, que por não ter tratamento curativo por medicamentos, mas tendo possibilidade preventiva pelo uso de vacina, deve por motivos de segurança,  ter por rotina a abordagem personalizada do indivíduo sob risco, desejando ser vacinado, qualquer que seja a idade (a partir de 9 meses) a fim de receber o gesto vacinal preventivo com a vacina especificada de forma segura e eficaz.

Assim, crianças e adultos vacinados com a vacina da febre amarela, têm mais chances de se proteger contra essa doença imunoprevenível grave que é importante problema de saúde pública em 13 países das Américas com áreas endêmicas.


O conhecimento científico exige critérios de eficácia e de segurança para o uso de vacinas o que gera diretrizes sobre sua indicação bem como para a sua contraindicação.  


Uma das contraindicações da vacina contra a Febre Amarela é sua aplicação em indivíduos a partir de 60 anos, a menos que haja alto risco de infecção e assim mesmo, após terem sido, caso a caso, analisados por critérios de exclusão por profissional de saúde, incluindo particularmente os profissionais de enfermagem e médicos.


Entre os eventos adversos que podem ocorrer com a vacina se destacam os eventos locais, como a dor no local de aplicação, ocorrendo em cerca de 4% dos vacinados e que dura um ou dois dias, podendo ocorrer juntamente manifestações gerais, como febre, dor de cabeça e dor muscular, ocorrendo em cerca de 4% dos que são vacinados.


Podem ocorrer também eventos mais graves embora menos frequentes, caracterizados por: reações alérgicas, comprometimento neurológico (encefalite, meningite, doenças autoimunes do sistema nervoso central e periférico) e lesão de órgãos devidas à infecção pelo vírus atenuado do conteúdo vacinal, causando danos semelhantes aos da doença e portanto, podendo levar à morte. A ocorrência de eventos graves se observa em menos de 0,5 caso por cem mil vacinados. Entre as reações alérgicas são observadas as erupções cutâneas maculopapulares, a urticária e as crises de asma brônquica que incidem com a frequência de um caso para 130 mil a 250 mil vacinados. A reação alérgica mais grave, a reação anafilática incide na proporção de 0,023 caso para cem mil doses aplicadas. As ocorrências de encefalopatias e neuropatias com a frequência de 0,2 caso em cem mil vacinados, prevalecendo nitidamente entre idosos, ao realizarem já a primeira dose da vacina.


Finalmente, a doença expressa em órgãos do corpo humano, chamada de doença “viscerotrópica”, ocorre em 0,04 caso em cem mil vacinados, sendo relatada como de instalação aguda, após a vacina da febre amarela (atenuada).


Deve-se concluir do acima exposto que há a necessidade de mudar a cultura vacinal e de se educar a população quanto a cumprir os calendários vacinais para as diferentes faixas etárias, respeitando as devidas indicações e contraindicações de forma que, em se respeitando as diretrizes possamos assegurar um procedimento vacinal com o mínimo de eventos adversos de natureza grave, podendo determinar a morte.

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