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Foto do escritorLuís Fragetti

Imunização para mulheres grávidas e amamentando

Atualizado: 15 de set. de 2022


Há necessidade de orientação com relação à seleção apropriada de vacinas para controle de doenças evitáveis ​​por vacinação em situações ou populações especiais que possam justificar a modificação das recomendações de rotina.


Uma dessas populações é composta por mulheres grávidas e lactantes. A orientação de vacinação desse grupo é um desafio, porque a base de evidências para orientar as decisões é limitada, variando em clareza e lógica, sendo em alguns casos como o da vacinação contra a gripe (Influenza) uma orientação que emergiu da necessidade premente durante a pandemia de vacinar por motivo de que gestantes se mostraram altamente suscetíveis e com alta taxa de mortalidade. Na prática as orientações para a gestante se aplicam para as mulheres amamentando.


Gestantes acometidas por doenças infecciosas apresentam maior suscetibilidade de complicações devidas a alterações imunológicas e de função cardiopulmonar que ocorrem durante a gestação, particularmente durante o terceiro trimestre, culminando em risco maior de óbito.


Vacinas imunizantes adequadamente indicadas são seguras para proteger o binômio mãe e bebê, sendo essenciais devido ao risco da ocorrência da doença infecciosa na gestante e também devido à dificuldade de proteger o recém-nascido em caso de aquisição da doença em pauta, quer pela falta de tratamentos específicos quer pela disponibilidade de acesso aos mesmos.


Recomendam-se três vacinas para a gestante: Vacina da Gripe (influenza), Vacina da Hepatite (hepatite B) e Vacina Tríplice Bacteriana acelular do tipo Adulto (difteria, tétano e coqueluche).


As vacinas contra a hepatite B e a vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa), com foco no recém-nascido, devem ser repetidas a cada gestação, por ocasião da vigésima semana gestacional. A transmissão vertical (da mãe para o feto) do VHB (vírus da hepatite B) no Brasil, ocorre com uma taxa de 6,2%, com chance de risco de  90% de desenvolver a doença crônica.


A vacina tríplice bacteriana (dTpa), dose única por gestação, além de prevenir o tétano materno e neonatal tem como um importante objetivo proteger o bebê, nos primeiros meses de vida, contra a infecção pela B. pertussis (coqueluche), através da  transferência de anticorpos protetores específicos maternos para o bebê. Essa recomendação mundial se justifica pela extrema gravidade da coqueluche em recém nascidos e pelo aumento dos quadros de coqueluche em lactentes que vem ocorrendo. Para haver proteção adequada quanto a títulos e transferência de anticorpos contra coqueluche para o feto, a dTpa deve ser aplicada a partir 20ª semana de gestação.


A vacina da gripe, dose única por gestação, com a experiência adquirida durante a pandemia AH1N1, tem recomendação em gestantes, mesmo para as gestantes imunodeprimidas, devendo a dose anual da vacina influenza ser feita em dose única em qualquer momento da gestação, o mais precocemente possível, preferencialmente, com a vacina quadrivalente.


A vacina da Hepatite B tem propostas de esquemas variados conforme a situação vacinal da gestante, destacando-se que para gestantes não anteriormente vacinadas contra o VHB, preconiza-se o esquema de três doses (0-1-6 meses), devendo ser iniciado de tal forma que pelo menos duas das três doses sejam aplicadas antes da data prevista do parto.  


Outras vacinas podem ser orientadas a serem aplicadas em condições especiais em que os benefícios sobrepujem os riscos,  como as condições de surtos ou epidemias (vacinas meningocócicas, pneumocócicas, hepatite A e mesmo a da febre amarela).


Algumas vacinas são contraindicadas na gestação (sarampo, rubéola, caxumba, varicela, herpes zoster, HPV e dengue).

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