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  • Foto do escritorLuís Fragetti

Febre Tifóide e Viagens!


FEBRE TIFÓIDE é uma doença infectocontagiosa grave, determinada pela ingestão da bactéria Salmonella typhi, presente em água ou alimentos contaminados, sendo parasita intracelular obrigatória e tendo o homem como seu reservatório natural, fato que a torna restrita aos seres humanos.


A fonte de contaminação, portanto, é o próprio homem portador da bactéria, podendo haver contágio direto, homem a homem, pelas mãos em situações de mãos sujas de fezes, urina, secreção respiratória, vômito e pus, ou ainda o contágio indireto através da urina e de fezes humanas contaminadas, contaminando a água alimentos, em ambientes sem saneamento básico adequado.  Esses fatos permitem deduzir ser adoecimento associado a baixos níveis socioeconômicos, condições precárias de saneamento básico e de higiene tanto pessoal, quanto ambiental.


A bactéria, uma vez ingerida, vencendo a proteção natural de barreira ácida do estômago, pode entrar em qualquer órgão e se multiplicar no interior das células, invadindo, por exemplo, o intestino, o fígado, o baço e a medula óssea.


SINAIS E SINTOMAS


Os sintomas e sinais são mal-estar, falta de apetite, prostração, febre alta prolongada (40 graus), intensa dor de cabeça (cefaleia), constipação intestinal ou diarreia com dor abdominal, tosse seca, confusão mental, bradicardia, esplenomegalia, hepatomegalia e erupção cutânea maculopapular, podendo nos casos graves ser hemorrágica (petequial).


É habitualmente não fatal, mas se apresenta com aumento de mortalidade, podendo atingir até 60%, a partir dos 50 anos de idade, por motivo da imunosenescência (alterações imunológicas devidas ao envelhecimento, determinando resposta imune alterada).


A imunosenescência aumenta a susceptibilidade dos indivíduos a doenças infecciosas e acentua a morbidade e mortalidade nesse grupamento em comparação com outras faixas etárias.


A febre tifóide é ainda amplamente incidente na Índia, sendo que no Brasil, ocorrem surtos isolados nas regiões Norte e Nordeste. Entre 2000 e 2015, o Ministério da Saúde (MS) contabilizou 5.503 casos confirmados, dos quais apenas 53 ocorreram em 2015, a maior quantidade de casos registrados concentra-se na Bahia e no Amazonas, em locais onde o saneamento é precário ou inexistente.

Por se tratar de ameaça grave para o doente tornam-se prioritárias as ações para evitá-la, destacando-se o tratamento da água e saneamento de esgoto juntamente com a vacinação da população exposta, já que a principal forma de contágio vem a ser pela ingestão de água e alimentos contaminados.


O tratamento curativo se baseia em antibióticos e reidratação do organismo. Dependendo do quadro, o tratamento poderá ser feito em casa com medicação oral.


Diagnóstico


Cultura sanguínea, de medula ou de fezes podem revelar a bactéria.


Detecção de anticorpos contra os antígenos O, H, ou Vi da S. typhi


Tratamento


Trata-se com antibióticos como o cloranfenicol, ampicilina ou quinolonas, podendo ser necessária reidratação com soro oral ou injetável.


Os pacientes curados sem antibióticos podem continuar transmitindo a doença por vários meses, portanto requer-se o uso de antibiótico para o tratamento. Algumas pessoas, mesmo quando tratadas adequadamente, podem tornar-se portadoras crônicas da bactéria alojada na vesícula biliar, onde permanece por muito tempo sendo eliminada periodicamente, o que pode contribui para infectar outras pessoas.


PREVENÇÃO


Lavar bem as mãos, lavar os alimentos e cozinhá-los adequadamente quando indicado.


Tratar a água e o esgoto, bem como eliminar o lixo adequadamente.


VACINAÇÃO


Vacina Inativada, contendo polissacarídeo Vi, Subcutânea, dose única, eficácia 64-72%

Vacina Atenuada, contendo bactérias da cepa Ty21a, Oral,  3 ou 4 doses com 1 dia    de intervalo, eficácia 40-90%


INDICAÇÃO:


Crianças a partir de 2 anos de idade, adolescentes e adultos que viajam para áreas de alta incidência da doença.


Profissionais que lidam com águas contaminadas e dejetos.


ESQUEMA DE DOSES:


Uma dose confere proteção por três anos, de modo que a revacinação pode ser recomendada após este período.


VIA DE APLICAÇÃO:


Intramuscular ou subcutânea.


EFEITOS E EVENTOS ADVERSOS:


Causa poucas reações, sendo as mais frequentes relacionadas com o local da aplicação: dor, vermelhidão. Outras possíveis reações, dor de cabeça, mal-estar e coceira.

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