Nesta série sobre diferenças entre vacinas, as públicas e as privadas, vamos iniciar comentando sobre a vacina tríplice bacteriana infantil que tem na DTPa (Vacina tríplice bacteriana acelular infantil), disponível na iniciativa privada, uma vacina cujos eventos adversos são menos frequentes e menos intensos do que com a DTPw (Vacina tríplice bacteriana de células inteiras).
A DTPw encontra-se disponível gratuitamente nas unidades básicas de saude, sendo utilizada para proteger o bebê contra difteria, coqueluche e tétano. A DTPw é feita a partir de células inteiras das bactérias, apresentando eventos adversos frequentes, devendo ser evitadas em pessoas com mais de 7 anos de idade e naqueles que apresentaram reações após a aplicação de vacina DTPw, como episódio hipotônico-hiporresponsivo – EHH (palidez, perda de tônus muscular e da consciência) nas primeiras 48 após a aplicação; naqueles que apresentaram convulsões nas primeiras 72 horas e nos que apresentaram encefalopatia aguda nos sete dias após a vacinação.
Na rede privada acha-se disponível a versão DTPa que é acelular, ou seja, não é feita com as células inteiras, mas sim com fração proteica, preservando a capacidade de induzir proteção, juntamente com redução de efeitos colaterais.
A Vacina tríplice bacteriana acelular existe também para o adulto, sendo denominada dTpa, constituindo-se em vacina inativada, portanto, não tendo como causar a doença, contendo os toxoides diftérico e tetânico (derivados das toxinas produzidas pelas bactérias causadoras das doenças) e componentes da cápsula da bactéria da coqueluche (Bordetella pertussis). A quantidade de toxoide diftérico e de componentes pertussis é menor que na vacina infantil (DTPa)., justificando a variação de letras em maiúsculo ou minúsculo das siglas. Indicada para reforço das vacinas DTPa ou DTPw em crianças a partir de 3 anos de idade, adolescentes e adultos. Indicada também para gestantes e para todas as pessoas que convivem com crianças menores de 2 anos, sobretudo bebês com menos de 1 ano, incluindo familiares, babás, cuidadores e profissionais da Saúde.
A dTpa, encontrada na rede privada, está recomendada mesmo para aqueles que tiveram a coqueluche, já que a proteção conferida pela infecção não é permanente. O uso da vacina dTpa, em substituição à dT, somente para o Tetano, objetiva, além da proteção individual, a redução da transmissão da Bordetella pertussis, principalmente para suscetíveis com alto risco de complicações, como os lactentes. Atualmente, aconselha-se antecipar reforço com dTpa para cinco anos após a última dose de vacina contendo o componente pertussis em adultos contactantes de lactentes.
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